arte contemporânea


MINÚSCULAS, que inaugura em 9 de março no Centro de Artes Calouste Gulbenkian, busca abordar experiências, pensamentos e produções de artistas, autoras e realizadoras brasileiras, propondo uma reflexão sobre a presença das mulheres em sociedade.

As artistas Andrea Hygino, Cristina Miranda, Dora Bellavinha, Erica Magalhães, Janine Magalhães, Kita Telles, Laura Freitas, Luiza Coimbra e Paola Terranova apresentam trabalhos em diversos meios, como pintura, gravura, bordado, fotografia, vídeo, livro de artista e objetos. A ocupação conta também com a apresentação do documentário Mulheres e o mundo do trabalho, da diretora Márcia Shoo. Além disso, apresenta uma seleção de livros e textos de escritoras do país.

Segundo dados divulgados em janeiro de 2020, no relatório da ONG Oxfam[1], publicado tradicionalmente antes da abertura do Fórum Econômico Mundial (WEF) de Davos, as mulheres fazem mais de 75% de todo o trabalho de cuidado não remunerado no mundo. Entre essas atividades incluem-se as tarefas do dia-a-dia, como cozinhar, limpar, lavar, consertar coisas, além do cuidado com crianças, idosos, pessoas com doenças ou outros impedimentos.

A ocupação MINÚSCULAS sugere um recorte poético que estimule o pensamento sobre os dados recentes a respeito do fazer imposto socialmente às mulheres, abordando o paradoxo entre as atividades que viabilizam – podemos nos arriscar a dizer – a civilização humana e a invisibilidade deste mesmo trabalho, frequentemente tomado como algo menor, minúsculo.

A partir das questões da memória, da educação, do corpo, da sexualidade e dos afetos, MINÚSCULAS evoca gestos mínimos que nos possibilitam atravessar e sustentar os dias.


As MINÚSCULAS


Andréa Hygino é artista e arte-educadora. Bacharela em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da UERJ e mestra em Linguagens Visuais pelo PPGAV - EBA-UFRJ. Sua pesquisa tem se desenvolvido com interesse especial pelo campo da gravura e sua interseção com os assuntos da memória e do arquivo. A artista também se debruça sobre o universo da escola para pensar a presença dos corpos humanos dentro do sistema disciplinar.


 
Série Evanescências
5 gravuras
gravura de topo (marca d’agua) e impressão de digital sobre papel Hahnemuhle
23, 5x17 cm
2015



Cristina Miranda é professora titular de Artes Visuais do CAp-UFRJ, atua na Educação Básica e na Formação de Professores. Desenvolve e coordena o Projeto de Ensino, Pesquisa e Extensão INVESTIGAÇÕES FOTOGRÁFICAS. Coordena o Laboratório de Processos Fotográficos e Ensino da Arte - Investigações Fotográficas do CAp-UFRJ. Atuou junto ao CINEDUC – Cinema e Educação de 1988 a 1997. Recebeu o Troféu BATOK - Filme Vencedor Mostra Oficina Lanterna Mágica, Arquivo Nacional pela realização do filme ODISSEU - Experimental, Digital, P&B, 7’, RJ, 2017. Membro do Projeto de Pesquisa e Extensão Cinema para Aprender e Desaprender – CINEAD, FE-UFRJ.

Para uso diário (série)
cianotipia
2018-2019

Dora Bellavinha é carnaval-pesquisa-arte-literatura-educação: não: Dora Bellavinha não é: está: ainda procurando sua melhor versão biográfica. No quando agora: diretora-performer-produtora-cenógrafa do projeto Entre - uma casa que se torna; mestre em Artes, desempregada: a poesia de cada dia nos dai hoje.
Por onde se entre
vídeo digital, curta-metragem, 10’43’’, 2018


Érica Magalhães é mineira, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Formou-se em Artes Visuais pela UERJ. Desenvolve atualmente pesquisa de mestrado da mesma instituição. Seu trabalho localiza-se principalmente no campo da escultura e instalação. Realizou sua primeira individual ‘Impregnações’ no Alinalice, sob curadoria de Cristina Salgado, em 2019. Participou de exposições coletivas em espaços como o Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica, Solar dos Abacaxis e Paço Imperial.
sem título
concreto, fita de cetim
20x11x30 cm
2017


Janine Magalhães é educadora, artista e artesã, com formação em Artes Visuais. Usa o bordado como suporte para o desenho e criação de narrativas a partir do corpo feminino negro e suas memórias, sentimentos e afetos. Nas redes sociais, exibe seu trabalho sob o nome/marca venusemflor.
Matriarcal 
bordado em tecido, 23x23
2018


Kita Telles iniciou seu caminho nas Artes Plásticas no ano de 1986 na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Terminou sua formação em Nova Iorque (1995) (bacharel em Belas Artes com especialização em pintura), quando participou de duas exposições coletivas na The Bertha and Karl Leubsdorf Art Gallery. Desde 1999 atua como freelancer nas áreas de ilustração, mídias digitais e design de estampas e mantém seu ateliê de pintura. Em 2016, decidiu dedicar-se à pintura quase que exclusivamente e, em 2017, realizou sua primeira individual no Caffe Ole Rio de Janeiro.
Cotidianas
óleo sobre tela e MDF
2015-2019


Laura Freitas é graduada em Educação Artística. Em 2013, iniciou seus estudos na EAV Parque Lage. Entre 2016 e 2019, participou de mostras coletivas e realizou as individuais ‘Recolher(se)’, no CCPCM em Niterói, ‘Falo por um fio’, na UERJ, e ‘Quando nascer (ou morrer) não é uma escolha’, no Espaço Cultural Correios Niterói. Seus assuntos orbitam pelos lugares do feminino, da sexualidade e do espaço íntimo, transitando entre a ação e a construção de objetos, dialogando com a costura, o crochê, o desenho, a performance e a escultura.
 “Quando recolhi os cacos espalhados pelo chão”
ação com cacos de porcelana e crochê, medidas variáveis
2018-2019


Luiza Coimbra vive e trabalha no Rio de Janeiro. Artista visual, pesquisadora e professora. Mestra em arte e cultura contemporânea pelo PPGArtes/Uerj. Participou de inúmeras exposições coletivas, em lugares como Casa Daros, Centro Cultural Justiça Federal e Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica.
31 de dezembro
Fotografia digital
30x40 cm
2018

Paola Terranova vive e trabalha na cidade do Rio de Janeiro. Artista plástica desde sempre, fez sua primeira individual (CABEÇA) na Galeria Cândido Mendes, em Ipanema. Tem em seu currículo algumas individuais e várias exposições coletivas. Trabalha com design e participou da criação de alguns livros, entre eles o ‘Livro Objeto Projeto Sombras’. Hoje, está à frente da organização e difusão do Espaço Visível/Acervo Petite Galerie.
Série Lupa Invisivelvisivel - Primórdios
fotografia - manipulação e impressão digital
2x1 m e 1x1 m

Curadoria
Débora Seger é mestra em Arte e Cultura Contemporânea pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2019) e mestre em Psicologia Social e Institucional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2011), pela qual também é graduada em Psicologia (2007). Possui experiência em pesquisa, produção, curadoria, edição e consultoria em projetos de inclusão e acessibilidade.
Gabriela Caspary é mestra em Arte e Cultura Contemporânea pelo PPGArtes/UERJ e bacharel em História da Arte pelo Instituto de Artes da UERJ. Trabalha com comunicação visual desde 1994. À frente do Espaço Donas Marcianas Arte e Comunicação desde 2007, presta serviços na área de produção artística, programação visual, design e arte gráfica. Desenvolve também trabalho autoral em artes visuais e curadoria independente.

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